29 de julho de 2007

Servico Biblico Latino Americano

Domingo, 29 de julho de 2007
17º Domingo do Tempo Comum

Santos do Dia: Santa Marta (Memória) . Beatriz de Valfleury (virgem) , Bério (mártir de Constantinopla) , Calínico de Paflagônia (mártir) , Faustino de Spello (mártir) , Félix II (papa), Lucila, Flora, Eugênio, Antônio, Teodoro e Companheiros (mártires), Lobo de Troyes (bispo), Olavo da Noruega (rei, mártir), Próspero de Orléans (bispo), Serafina de Mamie (mártir), Serápia da Síria (virgem, mártir), William Pinchon de Saint-Brieuc (bispo) .

Priemira leitura: Gênesis 18, 20-32
"Fareis o justo perecer com o ímpio?"
Salmo responsorial: Sl 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 6-7ab. 7c-8 (+ 3a)
"Quando vos invoquei, vós me respondestes".
Segnda leitura: Colossenses 2, 12-14
Sepultados com Cristo, ressuscitarão com ele.
Evangelho: Lucas 11, 1-13
Quando rezarem, digam assim...

Primeira leitura
Este texto – continuação do que se lia no domingo passado – mostra-nos Abraão, pai da fé e antepassado de Israel, como grande intercessor em favor dos moradores daquelas cidades. Mostra uma atitude a imitar: abertura e ajuda aos demais. A negociação entre o intercessor e Deus, recorda o estilo oriental (e muito latino-americano, também) do "pechinchar". Busca-se acentuar a insistência intercessora de Abraão e a gravidade do pecado de Sodoma e Gomorra.

É um grande exemplo de oração como diálogo audacioso e comprometido com Deus, em que vemos Abraão falar com o Senhor e tratar de convencê-lo com base em sua bondade e justiça, mas, ao que parece, abusando de sua confiança. O estilo e o modo de agir é, obviamente, de mentalidade semítica: pôr em jogo a honra de Deus, sua fama de justiça mas que mostram a confiança em Deus e a proximidade dos homens com ele.

Por outro lado, este texto, pode ser modelo para o tema da hospitalidade: Ao narrar como aqueles "três seres" escutam a Abraão atentamente. Esta "atenção lhe permite entrar no mistério. Um se revela como o Senhor (18,10.13.20) e os outros dois como seus anjos (19,1). A narração, que a princípio falava de três homens, adquire aqui um caráter teofânico e manifesta o sentido profundo da hospitalidade.

Segunda leitura
A partir deste texto, os cristãos consideravam a pia batismal como um sepulcro em que somos sepultados com Cristo. É também como a mãe que gera a vida; daí, o expressivo ritual da imersão. Mas o ritual que representa esta morte e esta ressurreição somente têm eficácia se corresponder à fé em Deus que ressuscitou Cristo dentre os mortos.
Isto expressa, pois, a ligação entre batismo e fé. Pecado e morte, fé e batismo são correlatos. A inserção no mistério de Cristo acontece no batismo, mas baseia-se na fé. Ter ressuscitado significa na realidade viver em Cristo, como conseqüência de ter obtido o perdão dos pecados como resultado da morte do Senhor.

Coerente, Paulo diz que "o perdão do pecado é libertação da lei e de sua observância, porque existe uma correspondência entre Lei, morte e pecado (cf. Rom 7,7-9). A melhor expressão paulina a respeito se encontra aqui como imagem. A Lei foi cravada na cruz.

Evangelho
A oração forma parte da vida do povo judeu. Os judeus piedosos voltavam seu espírito para Deus várias vezes ao dia. Jesus aprende, com seu povo e com sua tradição a rezar. Como bom judeu, aprendeu a orar na família e na sinagoga. Em seu ministério, sua oração adquire uma particularidade: sua aproximação de Deus, "seu Abbá". Lucas o descreve rezando em várias ocasiões (3,21; 5,16; 6,12; 9,29). Os exegetas reconhecem em Lucas, a transmissão mais fiel da oração do Pai-nosso e a mais breve. Do aramaico, passou ao grego e assim a incluiu Lucas em sua narração.

Pai, santificado seja teu nome: ou seja que Deus seja conhecido, dado a conhecer, louvado, amado, bendito, glorificado e agradecido por todos os povos do mundo. Que o nome do Senhor, ou seja o próprio Deus, receba estima, amor, veneração, e piedosa adoração por todos e cada vez mais. Deve-se voltar a notar a ordem da oração no Pai-nosso. Primeiramente, que Deus seja reverenciado e amado.

Venha o teu reino: é uma oração missionária. O que os missionários buscam é fazer que Deus reine nas pessoas das terras que eles estão missionando a partir de suas culturas e idiossincrasia. E é o que todos devemos desejar, pedir e buscar em todos os tempos: que Deus reine. Que seu Reino venha. Se primeiro buscarmos o reino de Deus, todas as demais coisas virão por acréscimo. É um desejo de que Deus reine em nossa mente, em nosso coração, em nosso lar, na sociedade, na nação e no mundo inteiro. E em quantas nações e pessoas ainda não reina!...

Dá-nos o pão de cada dia. Pedimos para cada dia o pão, sem nos preocuparmos com o do futuro, porque Deus também lá estará e o providenciará. Como o maná do deserto, o pão de cada dia é um dom maravilhoso da bondade do Senhor. Com este pedido do pão diário, estamos-lhe querendo pedir que nos livre do desemprego ou da demasiada carestia; de enchentes e secas que acabam com as safras; das guerrilhas, que impedem os trabalhadores do campo de colherem seus frutos; emprego para o esposo que tem de manter uma família; ajuda econômica para a mãe abandonada; proteção para o ancião, excluído pela sociedade. O corporal e o espiritual. Todos os dias precisamos deles, por isso temos de pedi-los também todos os dias.

Perdoa-nos nossos pecados, como nós perdoamos aos que nos ofendem. O perdão é uma arte que se consegue com infinitos exercícios. Santo Agostinho ensina que Deus não escuta a oração que alguns lhe fazem, porque antes não perdoaram aos que os ofenderam, ou não pediram perdão ao Senhor por seus pecados. Sem lhe pedir perdão pelos desgostos que lhe causamos, como haveremos de querer que nos conceda as graças que lhe estamos suplicando?

É uma lembrança muito oportuna para que nunca acalentemos a mentirosa idéia de que somos bons. Deus põe uma condição para nos perdoar: não podemos obter perdão do céu, se não perdoarmos na terra.

No dia do juízo, não teremos desculpas: seremos julgados como tivermos julgado os irmãos. Seremos condenados se não quisemos perdoar os outros, e absolvidos, se soubemos perdoar sempre (São Cipriano): O Pai delestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem.

Ele lhes dará o Espírito Santo. O objetivo final do conteúdo da oração cristã é chegar a receber o Espírito que é capaz de renovar a face da terra, incluídos nós mesmos. O Espírito Santo é a força que vem do alto com poder avassalador, afasta os vícios e traz para nós muitos bons pensamentos e desejos.

O Espírito Santo quer ser nosso Hóspede, e é enviado pelo Pai celestial se lho pedirmos com fé e perseverança. O Espírito Santo é quem nos faz compreender as Sagradas Escrituras. O Espírito Santo quando vem nos oferece: rezar melhor, arrependermo-nos de nossos pecados e o desejo de nos dedicarmos para agradar a Deus.

O povo via como Jesus orava com grande devoção e notava que Deus Pai ouvia suas orações de maneira tão admirável, que sentia o vivo desejo de aprender com ele, como é que se deve orar para ser mais bem ouvido pelo Altíssimo.

Havia a tradição ou costume de os mestres espirituais mais afamados ensinarem a seus discípulos métodos fáceis e práticos de rezar, pois a oração, como toda a boa arte, precisa de um mestre que guie os principiantes. João Batista tinha ensinado a seus seguidores alguns métodos práticos de oração. Agora, pedem também a Jesus esse grande favor. É que uma arte não é aprendida sem um bom professor. E orar é uma arte.

Esta deveria ser uma de nossas mais freqüentes e fervorosas petições a Jesus: Senhor: ensina-nos a rezar! Se Jesus não nos ensinar a arte de orar, estaremos sempre perdidos nesse trabalho tão nobre e difícil. Devemos aprender a "orar", quer dizer, a falar com Jesus e com seu Pai e nosso Pai, e com o Espírito Santo, com o amor e a confiança de filhos muito amados.

Aprender a orar de tal maneira que nossa oração sempre seja ouvida. Que nosso orar não seja somente pedir, mas também adorar, agradecer e amar.
Digamos a Jesus: "Ensina-nos a orar", não somente com nossos lábios, mas do fundo de nosso coração e com toda a atenção para que seja, como dizia Santa Teresa: "Um falar com um Deus que nós sabemos que nos ama imensamente". Senhor: ensina-nos a rezar!

As condições para rezar são quatro:
ATENÇÃO: porque se não prestamos atenção naquilo que dizemos a Deus, como podemos pretender que ele ouça com atenção o que pedimos?
HUMILDADE: reconhecermos que tudo o que temos e somos vem dele e, por isso mesmo, pedimos para sermos ouvidos.
CONFIANÇA: lembrarmo-nos de que o Senhor Deus nos ama muito mais do que a melhor das mães ao mais amado dos filhos.
INSISTÊNCIA: como Abraão, quando intercede por Sodoma: sem se cansar de pedir.

A oração é uma página em branco. Em cima está escrito: "Darei tudo que precisarem, se me pedirem com fé". Embaixo, está a assinatura: "Deus". O que escreveremos em todo esse espaço em branco? Ou seremos tão loucos que não escreveremos nada?

Com a ajuda do Espírito Santo, o grande mestre e guia que nos faz compreender devidamente a Sagrada Escritura, meditemos alguns minutos acerca desta mais linda oração do mundo, o Pai-nosso, a oração na qual empregamos as mesmas palavras de Jesus e que deve ser muito agradável ao Senhor.

O Pai-nosso se compõe de duas séries de pedidos: os primeiros se referem a Deus, e os segundos, mais numerosos, referem-se a nós. Somente depois de pedirmos que Deus seja glorificado, devemos nos atrever a pedir que sejamos socorridos. Tertuliano dizia que o Pai-nosso é o resumo de todo o Evangelho. E São Cipriano afirma que nada falta ao Pai-nosso para ser uma oração completa.

Fixemo-nos em nossa leitura do texto bíblico na primeira palavra: Pai: é a palavra com a qual Jesus nos ensinou a chamar Deus. Dizem certos autores que a novidade mais bela que nos trouxe Cristo é que Deus é nosso Pai e que lhe agrada muito que o tratemos como a um "papai" muito querido.

São Paulo dirá: "não recebemos um espírito de temor, mas sim um espírito de filhos adotivos que nos faz exclamar: Abbá, Pai (Rom 8,15).Não temos um Deus longínquo, é um "papai" bem próximo de nós.


Nenhum de nós é órfão. Nenhum de nós se sinta desamparado; todos somos filhos do Pai mais amável que existe. E, se temos o mesmo pai, somos todos filhos dele. Portanto devemos nos reconhecer e amar como irmãos. Se o chamamos de "Pai", amemo-lo com a um bom pai e não deixemos de ser carinhosos com ele (Orígenes).

Deus, pois, é um pai que conhece muito bem tudo de que necessitam seus filhos, deleita-se em ajudá-los e sente enorme satisfação cada vez que pode socorrê-los. Ele nos ajuda não porque sejamos bons, mas porque ele é bom e tem sentimentos generosos.

Certamente não nos atreveríamos a chamar Deus, de nosso Pai, se Jesus não nos tivesse ensinado a chamá-lo assim. Não nos esqueçamos: a oração é o meio mais seguro para obtermos de Deus as graças de que necessitamos para nossa salvação (Santo Afonso).

Para revisão de vida
Nossa oração é cheia de confiança em Deus e sua Providência, ou somente busca conseguirmos aquilo que desejamos, mesmo sabendo que ele não nos quer dar?
Oramos ao Pai pedindo que intervenha na vida sem respeitar a autonomia do mundo e das liberdades?
Quando oramos, desejamos que o Espírito disponha nossas perspectivas, desejos e capacidades de ação para que sintonizem com as do Pai?

Para a reunião de grupos
Comparar entre os sinóticos, tendo Lucas como base, os momentos de oração em Jesus. Há fundamentos e/ou motivos para deduzir que na verdade o pecado de Sodoma tenha sido a falta de hospitalidade, ou terá havido outra falta que a tenha levado à destruição?
Refletir com o grupo: Quais são as tentações que hoje pedimos ao Pai que afaste de nós?

Oração dos fiéis
Escuta, ó Pai, o clamor de teus filhos:
- Pela Igreja, que compartilha do grito da humanidade e o eleva a ti, oremos.
- Para que haja mais justiça e paz...
- Pelas ordens contemplativas, chamadas a servir ao mundo pela oração...
- Pelos que não têm o pão de cada dia...

Oração comunitária
Pai, que, através de teu Filho, ensinaste-nos a pedir, buscar e chamar com insistência, escuta nossa oração e concede-nos a alegria de saber que seremos escutados. Por nosso Senhor Jesus Cristo.

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