12 de agosto de 2007

Servico Biblico Latino Americano

Domingo, 12 de agosto de 2007
19º Domingo do Tempo Comum

Santos do Dia: Santa Joana Francisca de Chantal, Religiosa (Memória facultativa).Colombo e companheiros monges (mártires de Lérins) , Digna e Eunômia (mártires) , Equício (abade) , Euplo de Catânia (diácono, mártir) , Herculano de Bréscia (bispo) , Jaenbert de Cantuária (bispo) , Porcário (abade) e Companheiros (monges mártires em Lérins) .

Primeira leitura: Sabedoria 18,6-9
Castigaste os inimigos e nos honraste
Salmo responsorial: Sl 32 (33), 1 e 12. 18-19.20 e 22 (+ 12b)
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus.
Segunda leitura: Hebreus 11, 1-2.8-19
A fé, fundamento da esperança
Evangelho: Lucas 12, 32-48
Estejam vestidos e com as lâmpadas acesas.

Primeira leitura
Os israelitas, oprimidos no Egito, sentiram que o Senhor era seu salvador na noite em que morreram os primogênitos dos egípcios. Por isso, aquela noite teve um significado transcendental para a história dos judeus. Recordava-lhes as promessas que Deus tinha feito a seus antepassados e que, desde então, Israel tinha sido um povo livre e consagrado ao Senhor. A primeira refeição do cordeiro pascal serviu de modelo para o que haveria de ser o centro de sua vida religiosa e da sua cultura. A participação num mesmo sacrifício simbolizava a união solidária de um povo num destino comum. A celebração pascal recorda que Deus não cessa de caminhar com seu povo.

Segunda leitura
A fé de Abraão e dos patriarcas serve de exemplo. Para estimular a perseverança na fé que leva à salvação, a Carta aos Hebreus nos apresenta uma série de testemunhas. Abraão, da mesma forma que os judeus do século I, conheceu os transtornos de uma emigração, a ruptura com a família e sua terra e experimentou a insegurança das pessoas desprezadas. Mas naquelas provações encontrou Abraão motivo para exercitar sua fé na promessa de Deus.

A fé lhe ensinou a não se dar por satisfeito com os bens tangíveis nem com esperanças imediatas. Abraão acreditou apesar da ameaça de morte. Sofreu os efeitos da esterilidade de Sara e a falta de descendência. Esta prova foi para ele a mais angustiante porque o patriarca via a morte ir chegando sem ter ele recebido o cumprimento da promessa. Aqui se torna real a última qualidade da fé: aceitar a morte, sabendo que esta não poderá fazer fracassar o desígnio de Deus.

Mais que o sofrimento, é a morte o sinal por excelência da fé e da entrega de si mesmo a Deus. Abraão acreditou "apesar da morte", confiou que Deus lhe daria uma descendência, não obstante seu corpo já estar cansado, porque lho havia prometido.

Essa fé constitui a essência da atitude de Cristo diante da Cruz. Também se entregou a seu Pai e à realização do desígnio divino, mas teve que medir o fracasso total de seu plano: para congregar toda a humanidade, encontrou-se isolado, mas confiando que, apesar da morte, sua ressurreição o iria manifestar.

Evangelho
O evangelho de hoje nos apresenta algumas recomendações que têm relação com a parábola do domingo anterior do "rico insensato". Os exegetas têm opiniões diferentes sobre qual seja a estrutura deste texto e não determinam as unidades que o compõem. A atitude de confiança que abre o texto não pode ser esquecida: "não temam, pequeno rebanho, porque foi do agrado do Pai dar o Reino a vocês".

Esta exortação à confiança, ao estilo do Antigo Testamento e que agrada a Lucas, expressa a ternura e a proteção que Deus oferece a seu povo, mas exprime também a autocompreensão das primeiras comunidades: embora conscientes de sua pequenez e impotência, viviam, contudo, a segurança da vitória. A bondade de Deus, em seu amor desmedido, presenteou-nos com o Reino. A partir daí, temos que entender as exortações que vêm a seguir.

Se o reino é um presente precioso, o resto é supérfluo (bens materiais). Recordemos os sumários de Lucas no Livro dos Atos dos Apóstolos.
Lucas convida à vigilância, consciente da ausência de seu Senhor, a uma comunidade que espera seu regresso, mas não de maneira iminente como acontecia nas comunidades de Paulo (cf. 1Ts. 4-5). A Igreja de Lucas sabe que vive nos últimos dias, nos quais o homem acolhe ou rechaça de forma definitiva a salvação que lhe é oferecida. Cristo veio, há de vir; está fora da história, mas age nela. A história presente, de fato, é o tempo da Igreja, tempo de vigilância.

Fitzmyer ilustra esta afinada concepção da história: aparecem várias recomendações no que se pode considerar como os "fragmentos de uma hipotética parábola". O importante será descobrir em qual dessas recomendações centramos a chegada que se deve esperar de maneira vigilante. A pregação histórica de Jesus tem estas máximas sobre a vigilância e a confiança. Agora, neste texto, elas são revestidas de caráter escatológico. O ponto-chave reside no convite: "estejam preparados", ou o que dá no mesmo, o importante é o "hoje". À luz de uma certeza sobre o futuro, fica determinado o presente. Esta é a compreensão da história de Lucas: "cumpriu-se hoje" (4,21), "está entre vocês" (17,20-21) e "há de vir" (17,20).

O Reino está, ao mesmo tempo, presente e por vir. Daí a dupla atitude que se exige do cristão: desprendimento e vigilância. É necessário desprender-se dos cuidados e dos bens deste mundo, dando assim testemunho de que se buscam as coisas do céu.

A vigilância cristã é inculcada constantemente por Cristo (Mc 14,38; Mt 25,13). A vida do cristão deve ser toda ela uma preparação para o encontro com o Senhor. A morte, que provoca tanto medo naquele que não crê, para o cristão é uma meditação: marca o fim de uma prova, o nascimento para a vida imortal, o encontro com Cristo que o conduz à Casa do Pai.

A intervenção de Pedro demonstra que a exortação de Jesus sobre o significado de agir e perseverar na vigilância é em primeiro lugar dirigido àqueles que são "a cabeça" da comunidade, ou melhor dizendo para os que "estão a serviço" da comunidade. A ressurreição para a vida depende do modo como exerceram esse serviço.

Para a revisão de vida
- Qual é teu tesouro, o Senhor ou as coisas?
- Como está ativa e, portanto, com vida, nossa esperança?
- Reconhecemos o Senhor que vem em cada momento, e, sobretudo, nos mais necessitados?

Para a reunião de grupos|- Esta palavra que ouvimos, que diz de importante e a que nos anima?
- Qual é a intenção de Lucas ao insistir neste tema escatológico? O que é "estar preparados"? "Preparados"... para que, como...?

Oração dos fiéis
• Que nossos olhos sejam iluminados para que possamos reconhecer-te nos acontecimentos e, sobretudo, nos necessitados, rezemos ao Senhor...
• Para que nossa esperança no futuro da humanidade seja fortalecida, para que não morram nossa fé e amor, rezemos ao Senhor...
• Que nossa vida se apóie em valores permanentes e não nos bens materiais, rezemos ao Senhor...

Oração comunitária
Deus, Pai nosso: dá-nos um coração grande e forte, capaz de ver com clareza que, acima dos desejos e tentações da vida, os valores verdadeiros são os de teu Reino, e que dar vida a eles é o que mais pode alegrar e pacificar nosso coração, tal como nos ensinou Jesus, nosso irmão mais velho...

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