7 de outubro de 2007

Servico Biblico Latino Americano

Domingo, 07 de outubro de 2007
27º Domingo do Tempo Comum

Santos do Dia: Nossa Senhora do Rosário Augusto de Bourges (abade), Júlia (mártir de Augusta do Eufrates), Justina de Pádua (virgem, mártir), Marcelo e Apuleu (mártires de Roma), Marcos (papa).

Primeira leitura: Habacuc 1,2-3; 2,2-4
O justo viverá por sua fé.
Salmo responsorial: Sl 94 (95), 1-2. 6-7. 8-9 (R. 8)
Não vos torneis endurecidos como em Meribá, como no dia de Massá no deserto.
Segunda leitura: 2 Timóteo 1,6-8. 13-14
Reavive a chamado dom que recebeste.
Evangelho: Lucas 17,5-10
A fé é capaz de conseguir maravilhas.

O salmo que hoje lemos nos lembra um dos episódios mais difíceis do caminho de Israel pelo deserto. Os livros do Êxodo, Números e Deuteronômio lembram do polêmico episódio no qual o povo de Isarel pôs à prova o Senhor (Êxodo 17,7; Números 27,14; Deuteronômio 32,51; 33,8) Deus dá prova de sua fidelidade e constância, enquanto o povo se mostra torpe e desconfiado. Inclusive os salmos o recordam como uma ocasião dolorosa do caminho de aprendizagem de Israel (Sl 95,8; 81,7; 106,32).

O profeta Habacuc nos fala precisamente da situação na qual se encontra o justo ante a obstinação dos malvados. A injustiça, a violência e a desigualdade parecem converter-se na única norma social em muitos momentos da história. O profeta eleva sua oração a Deus com certo tom de desconsolo, para tratar de compreender a absurda situação em que se encontra permanentemente imersa a pessoa honesta.

A resposta é tão surpreendente como breve: "O justo viverá pela fé". Porque para o Deus da vida, a história humana é muito mais que submeter, invadir e expropriar. O significado da existência humana está no encontro com o outro na justiça e na solidariedade. Somente aí se realiza o ser humano como tal.

A carta a Timóteo nos apresenta uma resposta adequada à situação caótica do mundo. O fiel recebeu do Senhor o dom da fé, e este dom lhe permite dar uma resposta oportuna. Não importa se as pessoas honestas e justas são um minúsculo grupo; o importante é que tenham a capacidade de interpelar a massa e tornar-se numa alternativa no meio da desordem provocada pela violência. Mas este dom deve ser cultivado e incrementado constantemente, para evitar cair no absurdo e na desesperança.

O evangelho nos recorda que a fé tem precisamente a capacidade de transformar as situações mais absurdas. Mas é necessária uma dose mínima de esperança, solidariedade e luta pela justiça para que essa fé tenha a força necessária para remover a árvore do mal que lançou tão profundas raízes em nossa cultura.

Todos queremos incrementar nossa fé, mas esta não crescerá sem gestos concretos de solidariedade e amor. A eficácia de nossas obras não se mede pela espetacularidade das ações, mas pela capacidade de fazer deste mundo de medo e miséria um mundo melhor.

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