17 de junho de 2007

Servico Biblico Latino Americano

Domingo, 17 de junho de 2007
11º domingo do Tempo Comum

Santos do Dia: Agripino de Como (bispo), Antídio de Besançon (bispo, mártir), Avito de Micy (abade), Bessarion do Egito (eremita), Botulfo e Adolfo (abades de Ikanhoe), Gandolfo de Bourges (bispo), Hervé da Bretanha (abade), Himério de Cremona (bispo), Hipácio da Bitínia (abade), Isauro, Inocente, Félix, Jeremias e Peregrino (mártires de Apolônia), Manuel, Sabel e Ismael (mártires da Calcedônia), Montano de Gaeta (mártir), Nectano de Hartland (mártir), Nicandro e Marciano (mártires de Mésie), Rainério Scacceri de Pisa (eremita), Ramboldo de Ratisbona (abade).

Primeira leitura: 2 Samuel 12, 7-10.13
Por que desprezaste a palavra do Senhor?
Salmo responsorial: Sl 31(32), 1-2. 5. 7. 11 (cf. 5c)
Vou confessar ao Senhor a minha iniqüidade.
Segunda leitura: Gálatas 2, 16.19-21
Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.
Evangelho: Lucas 7, 36 – 8, 3
Foram-lhe perdoados numerosos pecados, porque muito amou.

Na primeira leitura, Davi, o rei eleito por Deus, pecou gravemente. Não somente cometeu adultério com Betsabé, esposa de um de seus generais mais leais, mas, além disso, mandou matar o esposo enganado. Zombou assim do próprio Deus, ao se arrogar um direito abusivo sobre a vida e a morte em benefício de seus desejos depravados, pondo em xeque o absolutismo da realeza divina, única fonte do autêntico direito.

Aquilo merecia um castigo. Mas o rei reconhece seu pecado e se manifesta humildemente arrependido. Mostra assim a profundidade de sua fé, real apesar de seu delito. Por isso, Deus o perdoa. Davi ficará para sempre como o exemplo vivo do homem que, superando suas misérias, situou-se na dinâmica divina que, sem desconsiderar a justiça, aplica a misericórdia e o perdão a quem se arrepende, inclusive por delitos por erros graves.

Na segunda leitura, Paulo não cessa de combater a mentalidade que leva o homem a pensar que, graças a suas boas ações tem direitos diante de Deus. A religião fundada sobre a obediência e a lei e sobre um contrato "eu te dei e tens que me dar" falseia a verdadeira relação com o Senhor. Este tipo de religião conduz o judaísmo a rejeitar a mensagem de misericórdia de Jesus, para fechar-se sem seu frio esquema do legalismo vazio.
A fé transforma radicalmente esta mentalidade e faz-nos abrirmos ao amor divino tal como se mostrou em Jesus.

No evangelho, uma mulher – e que mulher – atreve-se a estragar uma sobremesa cuidadosamente preparada. A arrogante intrometida não somente quebra as leis da boa educação, mas além disso comete uma infração de tipo religioso: um ser impuro não deve manchar a casa de um homem, socialmente puro (um fariseu).

De um momento para outro, Cristo perde sua dignidade de profeta aos olhos de seu anfitrião. "Se este homem fosse um profeta, saberia que mulher o está tocando, e o que ela é: uma pecadora".

Ante a situação que se apresentou, Jesus utiliza o recurso dos sábios: o método socrático de induzir a conclusão correta a partir de argumentos corretos. Em vez de corrigir sua anfitriã, convida-o a sair de sua ignorância e a reconhecer que o verdadeiro pecador é ele; o fariseu que se crê puro.

A mulher, não enganou ninguém: repetiu os gestos de seu ofício; a mesma atitude sensual que tinha com seus amantes. Mas naquela oportunidade seus gestos não têm o mesmo sentido. Agora, expressam seu respeito e a mudança de seu coração. Tinha comprado o perfume com suas economias, que eram o preço de seu "pecado". E sem titubeio, quebrou o vaso (cf. Marcos 14, 3), para que ninguém pudesse recuperar nem um grama do preciso perfume. Uma vez mais, o gesto fino e elegante.

Saltam aqui aos olhos duas dimensões da salvação. Por uma parte, patenteia-se a liberdade própria do amor. Naquela refeição, o fariseu tinha tudo previsto e preparado. Mas basta que uma mulher, impelida por seu coração, entre sem ter sido convidada, e a sobremesa se muda completamente.

Por outro lado, o episódio revela a libertação oferecida por Jesus. O Messias proclama com seus gestos e palavras que o homem já não está mais condenado à escravidão da lei e a uma religião alienante. O cristão é um ser libertado sobre a base dessa fé, tornada amor prático, pregado por Jesus: "tua fé te salvou".

Na antigüidade, as prostitutas eram consideradas escravas; socialmente não existiam. Contudo, naquela ocasião uma prostituta escutou as palavras de absolvição e de canonização, porque fez o gesto sacramental, expressou sua decisão de mudar de vida. Assim, está colocada nos primeiros lugares do Evangelho. Que outra coisa poderiam significar as palavras de Cristo: "teus pecados estão perdoados"? É o mesmo que dissesse: "Maria, és uma santa".

Clique aqui para ver esta página no site do Serviço Bíblico

O Serviço Bíblico é contra a prática de SPAM. Você optou por receber nossos e-mails em seu cadastro. Caso não queira mais receber nossos e-mails, envie um e-mail para maciel@avemaria.com.br solicitando o cancelamento.

Arquivo do blog